Há uns tempos, uma gosma branca com leves semelhanças a algodão atacou as minhas sardinheiras.
Nessa altura, experimentei todos os produtos disponíveis no supermercado, na esperança de conseguir dar cabo da praga.
Foram vários os frascos de fungicida QB, Substral spray, Bayer spray, que apliquei infrutiferamente nas plantas ao longo de várias semanas, e nada.
Experimentei até limpar com álcool puro as sardinheiras, folhinha a folhinha, e como a paciência nem sempre me acompanhou, houve muitas hastes deitadas ao lixo por terem sido arrancadas sem dó nem piedade, quando o meu zen já tinha ido todo, ao final de um dia de trabalho...
Cheguei a aplicar mezinhas de azeite, e nada, de dia para dia a praga ficava ainda mais forte e intensa, não desaparecia nem por nada, enquanto por outro lado, as sardinheiras definhavam a olhos vistos.
Resolvi então ligar a um amigo que é assim um expert em flores e agricultura biológica, que começou por fazer o diagnóstico
“as sardinheiras são plantas muito resistente às doenças e pragas, o excesso de água pode ser a causa dessa praga”
(Ok, era claro, o problema das sardinheiras residia na dona delas, porque as coitadas tinham emborcado mais água neste último mês, do que no ano inteiro)
continuou,
“se os bichinhos forem verdes, tens uma praga de pulgões, mas se são brancos e parece algodão, então são de certeza cochonilhas!”
Era isso, a infestação das pobrezinhas, era uma praga de cochonilhas!
Com o mal identificado, dirigi-me à Horto do Campo Grande, onde uma simpática senhora encarregou-se de me confirmar o que entretanto já sabia
“Isso são cochonilhas, menina! Sabe, as sardinheira são plantas muito resistente às doenças e pragas, blá, blá...”
(here we go again, as indirectas sobre a forma de como negligenciei as minhas sardinheiras, pareciam não ter fim naquele dia...)
Perguntou-me se já tinha experimentado “tudo”, confesso que na altura passou-me pela cabeça dizer-lhe que só não tinha experimentado lançar fogo ao canteiro, não por falta de vontade ou lembrança, mas porque era capaz de ser chato, os vizinhos podiam não achar piada...
Contive-me, disse-lhe que já tinha experimentado todos os produtos conhecidos no mercado, e ainda assim nada, nenhum deles tinha resultado.
Depois de algum tempo pensativa, a senhora lá resolveu vender-me um fransquinho mínimo da Decis, uma espécie de elixir precioso, exterminador de pragas, que tinha refundido num dos armários da loja.
Claro que fez questão de referir umas 500 vezes que era mesmo muito forte, repetiu as instruções do produto mais do que uma vez, não fosse aqui a “assassina de sardinheiras” não perceber, e matar o que restava das plantas, com o maravilhoso insecticida.
Como se não bastasse, enquanto esperava para pagar, uma senhora na fila, também opinou sobre o tal frasquinho milagroso, com um ar de desconsolo, suspirou
“as cochonilhas são realmente um problema, mas esse produto acaba com esses parasitas”
Ok, era oficial, primeiro, toda a gente parecia conhecer as cabras das cochonilhas, segundo, tudo indicava que havia esperança na recuperação dos gerânios lá de casa.
Menos mal, depois de um mês intensivo de pulverizações, reparei ontem que as minhas sardinheiras já têm folhas novas a nascer, ganharam uma nova vida, estão saudáveis e viçosas como nunca antes visto, cochonilhas nem vê-las,
Sardinheiras 1 Cochonilhas 0.
Ah e regador zero... aprendi a lição ;)
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