Ouvimos dizê-lo vezes sem conta ao longo da nossa vida.
Usamos isto muitas vezes como desculpa para as nossas falhas e incongruências. Outras para justificar erros de terceiros.
"Ninguém é perfeito!", e por isso, assunto arrumado.
Uma amiga contava-me no outro dia sobre a relação quase moribunda que tinha.
Dizia-me que lhe faltava coragem para sair dali, e que me admirava pela determinação que tinha demonstrado. Falou-me do orgulho que sentia, e que não saberia se também teria força para mudar.
Depois disse-me o que a incomodava, o que a preocupava, e rematou com um "mas ninguém é perfeito!".
Ora eu até posso concordar com isso, ninguém é perfeito, é certo e sabido, é uma espécie de verdade universal, mas não pode ser a razão para continuar algo que já está morto, ou praticamente acabado.
Calculo que não tenha sido fácil admitir que está infeliz.
Já foi um passo gigante fazê-lo, e sobretudo verbalizá-lo.
Quando as coisas correm menos bem enquanto casal, dificilmente deixamos cair a máscara à frente dos outros. Queremos preservar uma certa imagem. A do casal notável que todos vêm e gabam, por isto ou por aquilo.
De alguma forma queremos manter a ideia da relação quase perfeita e equilibrada, da relação que gostaríamos de ter, mas que não temos, e por isso a dissimulamos, iludimos, quase que obsessivamente, até conseguirmos enganar os outros e até nós próprios.
Com alguma sorte acabamos por acreditar naquilo que não existe, que falseámos, e levamos o barco por mais uns meses seguidos, numa dormência de sentimentos.
Conseguimos arranjar explicações para tudo, protelamos emoções, achamos que fazer alguma coisa é complicado, nada parece ser fácil de resolver, e o conveniente é deixar andar.
Depois pensamos em quem está connosco, naquilo que vivemos, nas memórias e recordações que temos, naquilo que nos preocupa, pesamos os prós e os contras, as realidades.
Procrastinamos. Habituamos-nos a viver assim, sem amor, apenas com o carinho e a admiração que temos pelo outro.
Quem está connosco, e se nos conhece, pode aperceber-se que não estamos bem, que já não somos felizes, e que a relação chegou ao fim.
Depois tem duas hipóteses, pode escolher ser altruísta e acabar com aquilo que já não parece ter reparo, ou ser egoísta e tentar manter o que já perdeu.
É comum optar-se pela segunda via, porque apesar de tudo o que se diz, o ser humano é narcisista, e quem está mal, é que tem de se mudar, ou arranjar conforto naquilo que tem, e adaptar-se.
Para quem não está feliz, a decisão de acabar revela-se sempre complicada, e nunca é tomada de ânimo leve.
Arranjar coragem não é fácil, há resistência à mudança, e sobretudo interiorização de que tentar ser feliz naqueles moldes também não é solução.
Há receio da mudança, e ao mesmo tempo compaixão para com o outro na relação.
O conflito interno instala-se, e passado algum tempo há quem se conforme, deixe a apatia instalar-se, e chegue à conclusão de que é preferível viver assim. É mais fácil baixar os braços e desistir.
Acaba por ser uma espécie de masoquismo aliado a uma sádica esperança que as coisas melhorem.
E e é aqui que encontramos aqueles casais que resistem anos a fio, no papel, mas que mal se falam no quotidiano.
Quando penso em relações, penso naquilo que une duas pessoas.
Ser feliz ao lado de alguém que convive debaixo do mesmo tecto, deve ser imperativo. Caso contrário, não faz qualquer sentido.
A verdade é que todos temos liberdade de escolha. Podemos escolher. Escolher se queremos ser felizes, ou não. Se queremos mudar, ou não. Se nos preocupamos, ou não.
Temos poder de escolha, de decisão. Podemos ser felizes, se quisermos, basta querer.
Quando as coisas correm menos bem enquanto casal, dificilmente deixamos cair a máscara à frente dos outros. Queremos preservar uma certa imagem. A do casal notável que todos vêm e gabam, por isto ou por aquilo.
De alguma forma queremos manter a ideia da relação quase perfeita e equilibrada, da relação que gostaríamos de ter, mas que não temos, e por isso a dissimulamos, iludimos, quase que obsessivamente, até conseguirmos enganar os outros e até nós próprios.
Com alguma sorte acabamos por acreditar naquilo que não existe, que falseámos, e levamos o barco por mais uns meses seguidos, numa dormência de sentimentos.
Conseguimos arranjar explicações para tudo, protelamos emoções, achamos que fazer alguma coisa é complicado, nada parece ser fácil de resolver, e o conveniente é deixar andar.
Depois pensamos em quem está connosco, naquilo que vivemos, nas memórias e recordações que temos, naquilo que nos preocupa, pesamos os prós e os contras, as realidades.
Procrastinamos. Habituamos-nos a viver assim, sem amor, apenas com o carinho e a admiração que temos pelo outro.
Quem está connosco, e se nos conhece, pode aperceber-se que não estamos bem, que já não somos felizes, e que a relação chegou ao fim.
Depois tem duas hipóteses, pode escolher ser altruísta e acabar com aquilo que já não parece ter reparo, ou ser egoísta e tentar manter o que já perdeu.
É comum optar-se pela segunda via, porque apesar de tudo o que se diz, o ser humano é narcisista, e quem está mal, é que tem de se mudar, ou arranjar conforto naquilo que tem, e adaptar-se.
Para quem não está feliz, a decisão de acabar revela-se sempre complicada, e nunca é tomada de ânimo leve.
Arranjar coragem não é fácil, há resistência à mudança, e sobretudo interiorização de que tentar ser feliz naqueles moldes também não é solução.
Há receio da mudança, e ao mesmo tempo compaixão para com o outro na relação.
O conflito interno instala-se, e passado algum tempo há quem se conforme, deixe a apatia instalar-se, e chegue à conclusão de que é preferível viver assim. É mais fácil baixar os braços e desistir.
Acaba por ser uma espécie de masoquismo aliado a uma sádica esperança que as coisas melhorem.
E e é aqui que encontramos aqueles casais que resistem anos a fio, no papel, mas que mal se falam no quotidiano.
Quando penso em relações, penso naquilo que une duas pessoas.
Ser feliz ao lado de alguém que convive debaixo do mesmo tecto, deve ser imperativo. Caso contrário, não faz qualquer sentido.
A verdade é que todos temos liberdade de escolha. Podemos escolher. Escolher se queremos ser felizes, ou não. Se queremos mudar, ou não. Se nos preocupamos, ou não.
Temos poder de escolha, de decisão. Podemos ser felizes, se quisermos, basta querer.
2 comentários:
Minha querida tudo certo no que escreveste. Mas atenção...de facto ninguém é perfeito e o segredo é limar arestas e aceitar o outro...
Beijo grande em ti
De facto há mts relações que de pouco ou nada vivem do que o compromisso em si, os filhos ou entrelaçares e dependências financeiras. Mas isso também me faz pensar de o que é que deve viver uma relação? Não me digam apenas "do amor", pois isso é um chavão e que carece de ser detalhado.
Apesar de tudo custa-me ler esta frase: "pode escolher ser altruísta e acabar com aquilo que já não parece ter reparo, ou ser egoísta e tentar manter o que já perdeu". A mim parece-me ser uma inversão dos valores...
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