É certo que a ausência de vida social, aliada à falta de namorado, e um tempo chuvoso, ajudaram à leitura célere deste livro.
SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER
(Atenção: para quem ainda não leu o livro, é favor não continuar a ler, ok?!)
O livro é sem sombra de dúvidas viciante.
Pensava eu que não gostava de policiais, mas afinal enganei-me, fiquei absorvida pela escrita, pela estória, e com o desenrolar da acção desde o princípio ao fim do livro.
No início tive dificuldade em saber quem era quem na família de Harriet, consultei a árvore genealógica da família Vanger por várias vezes, para não me perder.
Depois de imaginar cada um dos personagens, foi-se tornando cada vez mais fácil visualizar todo o clã.
Durante o decorrer da estória apostei, - qual Sherlock Holmes - , que tinha sido o irmão da Harriet que a tinha morto e feito desaparecer, mas nunca desconfiei que afinal ela ainda estivesse viva, na Austrália, e a criar ovelhas feliz e contente!
Também nunca imaginei que o Martin fosse um psicopata, estava longe de imaginar que tanto ele como o pai tinham aquele desequilíbrio mental, e que fossem ambos assassinos de mulheres, tendo o filho seguido literalmente as pisadas do pai.
À medida que ia lendo o livro pensei para comigo, "isto dava um guião bestial para um filme!", descobri hoje que afinal já existe o filme, e que foi realizado em 2009!
Assim que der, tenho de o ver!
Fiquei também encantada com a personagem da Lisbeth , a hacker descrita como uma miúda pequenina e franzina, mas cheia de atitude, lutadora e decidida, muito inteligente, mas que apesar de tudo é socialmente incompreendida.
Gostei tanto dela que diria mais, é uma mulher com M grande.
Adorei aquela cena dela de vingança ao tutor sádico, regozijei-me a ler aquilo, deu-me até um certo gozo. (medo!)
Depois gostei do personagem principal, o Mikael, um tipo com bom coração, ingénuo, e amante de mulheres.
Ao contrário da grande maioria dos homens do livro, este gosta de mulheres, e trata-as com o devido respeito.
Achei interessante a relação dele com Erika, "viciante como a heroína", que é baseada na liberdade e na confiança, mas que no entanto permite que eles desenvolvam paixões paralelas com outras pessoas. Um bocado estranho a meu ver, mas adiante, Mikael é um homem de bom carácter, com os valores certos, e um optimismo fora do comum.
Este livro foi uma revelação no que toca à violência contra as mulheres, julgava os Suecos um povo diferente, calmo e respeitador, nunca achei que as barbaridades que se praticam contra as mulheres em países latinos e árabes, fosse um factor comum também na sociedade sueca!
Sempre que mudava de capítulo, e lia os dados estatísticos suecos, ficava espantada com a incrível e trágica semelhança entre povos.
Depois há todo aquele enredo à volta da revista, e da máfia financeira, do poder, e isso também torna o livro interessante. Ficamos a conhecer os meandros e as jogadas que se podem fazer, e como é possível arranjar problemas jurídicos quando se pisam os calcanhares ao peixe graúdo! ;)
No fim do livro fiquei triste com a cena da Lisbeth, tive pena da miúda, finalmente quando ela aprendia a confiar, vê o homem que ama com outra, que não é uma outra qualquer, mas sim a mulher com quem ele nunca escondeu ter uma relação especial, e isso é no mínimo chato!
Ainda por cima depois de tudo o que ela fez por ele, depois de tudo o que passaram, enfim, fiquei na ideia que é capaz de ter havido ali um mal entendido qualquer, e pode ser que no Millennium 02 isso seja esclarecido.
E pronto, já pedi a quem me emprestou o livro, o segundo da trilogia, espero que seja tão bom quanto o primeiro, e que não desiluda.
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