terça-feira, junho 22, 2010

Brownie - a cobra roliça

Fez ontem uma semana que dentro do meu local de trabalho, tive A experiência mais bizarra da vida, com uma cobra.
Ao percorrer o campus gigantesco da empresa, entre um edifício e outro, dei de caras com uma cobra enorme, grande e gorda, metro e tal de comprimento, estendida calmamente no passadiço.

Distraída como sempre, só dei conta do vertebrado, quando ouvi algo parecido a uma fuga de gás, e vi um movimento ondulatório mesmo à minha frente.
Incrédula, reparei na criatura rastejante, toda ela mesclada de castanhos, em tonalidades entre o castanho mel e o castanho cacau, num degradê perfeito, que lhe realçava o lombo ágil e forte.
Durante alguns segundos (eternos) ficámos ali paradas, frente a frente, sozinhas, a olhar uma para a outra, eu paralisada, aterrorizada em medo, ela visivelmente incomodada, com aquele olhar de pouco amigos, e de quem está garantidamente a tirar-nos as medidas.
Como os répteis nunca fizeram muito o meu género, assim que consegui por o Tico e o Teco a funcionar, dei corda às sandálias, e ala que se faz tarde.
Sem nunca olhar para trás, corri o mais depressa que consegui, sendo que o recorde dos 3000m obstáculos, já cá canta.
Após o choque, a fobia tomou conta de mim, e depois disto toda eu era nervos, e não era para menos, a cobra que vi era mesmo (muito) comprida, provavelmente arraçada de anaconda, ou com antepassados próximos dessas famílias.

Tornou-se perigoso trabalhar nesta empresa, é o que eu vos digo...
Localizada nos arrabaldes da cidade, há espaço para jardins com árvores, rãs e passarinhos, assim como para um ou outro matagal, propicio ao desenvolvimento destes répteis.
Por aqui já vi perdizes, garças reais, pássaros, lagartos, coelhos, coelhinhos bebés (aka fofinhos), e ... a Brownie.
Encanta-me a fauna e a flora daqui, mas as serpentes... bem isso é outra conversa.

Depois do sucedido, pesquisei a cobra no Google, no intuito de encontrar uma foto de um parente próximo da Brownie, e saber ao certo se ela apareceu aqui por acaso, se é resultado da crise, leia-se, se a empresa apostou em cobras venenosas para começar (deliberadamente) a despachar (literalmente) a malta...
Ao procurar por "Cobra+Portugal", o resultado obtido foi:
- "Cobra-rateira"
- "Víbora cornuda"
E no início isto confundiu-me, bem sei que ainda tivemos ali algum tempo no frente a frente, mas quase que garanto a pés juntos que não lhe vi nenhum corno, a cabeça era redonda, normal, e por isso só pode querer dizer uma coisa, a Brownie (nome carinhoso que lhe dei) é uma cobra-rateira.
Uma cobra que segundo os meus colegas "Não faz mal nenhum, só come ratos e pássaros!"
Pois... depois disto fiquei muito mais descansada... ou não.
A verdade é que agora sempre que passo pelo o "nosso sítio" (meu e da Brownie), fico apreensiva, tenho receio que ela decida aparecer uma segunda vez, sem aviso, para mais um encontro imediato.
Tenho medo, sim.
Sou medricas, sou.
Nada a fazer... não.
Depois já ouvi dizer que houve a semana passada outros avistamentos da bicha, desta vez lá para os lados da cantina, e isto deixa-me nervosa...
Por um lado quero acreditar que não há ratos na cantina, que aquilo é um local limpinho, e que a ASAE não tem motivos para confiscar aquele estaminé, numa possível visita surpresa.
Por outro, se não houver roedores (aka alimento da cobra-rateira), a Brownie - animal capaz de atingir tranquilamente 2 metros - não terá alternativa senão começar a atacar tudo o que se mexe.
Isto quando a fome aperta é igual para todos, e depois nunca se sabe...
Como sempre ouvi dizer que é melhor prevenir que remediar, é desta que vou levar a minha dieta a sério.
Estar rechonchuda actualmente nesta empresa, representa um perigo enorme, e é capaz de se tornar tentador...

2 comentários:

Carla Santos Alves disse...

Xiça...imagino o susto!

So de ler até levantei os pézinhos!

Bjs

Anônimo disse...

trabalhas no tagus park? meduh