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Todos os anos de chapéu na cabeça, a tradição da Golegã mantém-se.
É da praxe ir até à Feira da Golegã por altura do S.Martinho, palmilhar o espaço da feira, degustar das primeiras castanhas assadas do ano, beber da famosa água-pé, ver os muitos cavalos presentes, dar um olhinho na quinquilharia nas ruas, sentir a animação da feira, no fundo passar um bom bocado.
Este ano houve direito a tudo isto, inclusive a um pequeno fanico em pleno pátio do picadeiro.
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Tudo aconteceu quando ao sair do picadeiro, um collie transeunte confundiu o meu cão com uma ovelha, e decidiu experimentar trincar-lhe o lombo.
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Resultado disso foi o meu instinto maternal pelo canino falar mais alto, e sem pensar lancei-me em voo picado para cima do outro cão, numa espécie de moche ao collie, e ali andei alguns segundos a rebolar entre a poeira e os cães, a tentar desesperadamente separa-los, sendo que no limiar da minha aflição, estive a um passinho de abocanhar o lombo do collie, que acabou por se afastar, ao fim de segundos.
Agora que penso na coisa, o espectáculo que proporcionarmos é capaz de ter sido interessante, digamos que a visão não deve ter sido das mais bonitas, mas ok, na altura nem pensei na figura que fazia, aquilo que me cruzava o pensamento era apenas salvar o meu cão, e acabar com o ataque do outro rapidamente.
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Naquela fracção de segundos, que me pareceram eternos, não me doeu nada, eu só pensava no coitado do meu cão, que é um paz de alma, pacifico até mais não, que não faz mal a uma mosca, muito menos a um collie, e que de um momento para o outro carregava com um marmanjo do dobro do tamanho dele, sem maneira de se defender.
Tenho ideia que toda a adrenalina em mim foi direccionada para tirar aquele collie de cima do meu cão, sendo que assim que o consegui, já o outro estava preso pelo dono.
Depois do susto, ao pegar o meu cão ao colo, reparo que tinha ali o mais valente de todos os cães, rosnava como nunca antes visto, uma valentia e coragem que me deixaram de boca aberta.
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O meu pequeno terrier era ao colo, um aspirante a pit-bull, que refilava até mais não com o collie abusador, agora preso, a ser repreendido pelo dono, e visivelmente mais manso que o de há instantes, o tresloucado que tinha arreganhado os dentes a cm de mim.
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No final a brincadeira valeu-me um joelho cheio de mazelas e nódoas negras, e um coração acelerado até mais não.
Só ontem reparei que para além do joelho esquerdo todo negro e esfolado, tenho uma das mãos um nadinha ferida.
Depois deste incidente, os donos do collie foram excepcionais, estiveram a ver comigo se o meu cão estava bem, estivemos a ver se o collie tinha arrancado alguma pata ao peludo, mas não, estava com as 4 patas operacionais, o orgulho dele é que estava um bocadinho em baixo, mas terrier que é terrier anima passados alguns minutos, ao colo!
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E assim foi, andei a alombar com o cão Golegã afora, sendo que o dia foi marcado por este susto, um dia diferente sem dúvida, mas que acabou bem.
2 comentários:
Que historia doida lol
Isto contado ninguem acredita.
Beijinhos*
Vou já pedir ao segurança responsável das câmaras de seguranças mandar-me o vídeo! hehehehe
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