quarta-feira, outubro 21, 2009
O cão da vizinha...
Ontem ao chegar a casa depois do passeio com o meu cão, vejo a minha vizinha, que também tem um cão, a chegar de maozinhas a abanar, enquanto o cão dela carregava um saco de compras, aparentemente pesado, com ela a destilar orgulho, e a encoraja-lo:
"Bravo! Bravo! Muito bem!".
Sim, é verdade, o cão dela vinha feliz e contente, a abocanhar as pegas de um saco cheio de pacotes de arroz e latas, sem qualquer sinal de cansaço.
Eu, que nunca tinha visto um cão ajudante de compras, olhei para o meu cão, depois olhei para o da vizinha, voltei a olhar novamente para o meu, e confesso que pensei para com os meus botões "mas que raio de utilidade afinal tens?"
Ora o meu cão, faz aquilo que a grande maioria dos cães faz, come, dorme, come, dorme, brinca, depois dorme, faz companhia, e dorme... Não tem tarefas como ir buscar o jornal, ou os chinelos do dono, ou as chaves... N-A-D-A, o meu cão não faz nada.
O que aprendeu até hoje foi a sentar-se e deitar-se, só e quando há moeda de troca, leia-se um biscoito ou um atractivo naco de carne.
De resto, traz a bola sempre que quer brincar, e é tudo.
Comecei logo a magicar como é que havia de ensinar o peludo lá de casa a fazer o mesmo, no fundo a ter alguma utilidade, trazer um saquinho pequenino de compras, quiçá um jornaleco, enfim qualquer coisa que minimizasse a bazófia da vizinha.
Enquanto subíamos no elevador, o cão da vizinha não largou o saco, o meu por outro lado mostrava o único truque que sabia - "o truque da elasticidade".
Ora "truque da elasticidade", consiste no cão estar vergado sobre ele próprio, e com alguma agilidade lamber... aquilo-que-vocês-sabem, sem parar.
O elevador foi ontem palco de demonstrações de truques caninos, onde o cão da vizinha dava um autêntico espectáculo de boas maneiras e educação canina, e o meu por outro lado, mostrava com alguma mestria o que qualquer cão sabe fazer, assim que se apercebe que consegue chegar "lá" com o focinho.
Para suavizar aquele momento meio deprimente, perguntei à vizinha se tinha sido ela a ensinar o cão, ao que ela responde que o cão dela anda numa escola de cães, uma espécie de colégio canino, onde só não aprendem a fazer furos na parede, e a pendurar quadros, porque a escola ainda não tem berbequins para todos.
Soube também que para além deste tipo de brilharete com os sacos de compras, o cão dela sabe responder a ordens como rebolar, sentar, deitar, dar a pata, rosnar, atacar, ficar imóvel, fazer de morto, andar em duas patas, fazer o pino, enfim, um autêntico cromo canino que não pára de surpreender.
Já o meu continuava o "espectáculo" dele, sem qualquer tipo constrangimento ou embaraço, mostrava ao outro como é que se fazia "aquilo" com classe e estilo, uma ternura de cão, o orgulho da dona...
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