segunda-feira, setembro 21, 2009

O cheiro a caril


Neste preciso momento, os colegas indianos estão pacatamente na cozinha do piso, a fazer a paparoca para esta noite.
Todos os dias, por volta desta hora, o cheiro das especiarias invade o corredor.
A sensação de que estamos a trabalhar junto a um restaurante indiano aumenta com o passar dos minutos e com o preparo dos produtos condimentados.

Segundo um dos colegas indianos, da Índia trouxeram duas malas carregadinhas de comida, muita comida pré-preparada, muitos condimentos, muita "molhenga" e alguns sacos de arroz...


Ao que parece, pensaram que aqui a malta só comia vacas e outros bichos protegidos na Índia.
Ou talvez não houvesse mantimentos nos supermercados portugueses devido à crise...

Uma coisa é certa, não tinham conhecimento das lojas do Martim Moniz, porque se sonhassem que lá se vende tudo aquilo que trouxeram nas ditas malas, talvez tivessem trazido roupa ao invés de comida...
E aqui para a gente, tinha sido muito melhor.
Como devem compreender, a roupa passado um mês já começa a dar de si em termo de odores, e como não usam a lavandaria do hotel, porque segundo eles é muito cara, decidiram poupar os €s até ao fim da estadia, investindo assim na poupança de água, independentemente do aroma que andem por aí a espalhar.


Um dos colegas indianos chegou mesmo a pensar trazer a mulher dele para lhe fazer a comida (... e quiçá lavar-lhe a roupa), mas como o tempo foi encurtado de 2 para 1 mês, achou por bem deixar a cozinheira, perdão, a mulher em casa.
Mulher essa que foi escolhida à bela maneira indiana, ou seja, pelos pais dele.
E não é que os velhos acertaram, foi amor à primeira "carilada"...


O facto de uma colega indiana vir com ele, acabou por lhe simplificar as coisas e ajudar na decisão.
A mulher ficou na Índia a tomar conta da casa e dos sogros, e a colega prepara-lhe a comida, enquanto ele fica ali refastelado a navegar na net...

É por tudo isto que chego à conclusão, que há muitas mais coisas que nos unem ao oriente do que as que nos separam.
Quando toca a fazer a comida do dia-a-dia, é na maioria das vezes a mão da mulher que embala o tacho.
Seja ela mulher-a-dias, mulher-esposa, mulher-mãe, mulher-colega, ou todas estas juntas numa só... i.e. super-mulher!

Um comentário:

Carla Santos Alves disse...

Podes crer...super mulher, mesmo!!!

Bjs