Contava ontem uma colega nossa, que as revistas tecnológicas estão cada vez mais populadas com fotos de miúdas em babydolls, que imagens dos equipamentos novos anunciados.
Para estas revistas da especialidade, o público alvo é sem qualquer sombra de dúvida os homens, os machos, aqueles com pêlo no peito e barba rija, para os tipos que fazem estas revistas, não há cá mulheres interessadas nas novas tecnologias, nem gays, ou até nerds crónicos, daqueles que não têm qualquer interesse em ver gajas de lingerie, mas sim fotos do iPhone4 em várias posições.
Como para eles só os machos é que compram as revistas de gadgets, a fórmula para vende-las é simples, e passa por espetar miúdas em trajes sugestivos, várias de preferência, ao longo das ditas revistas.
A receita para o sucesso é básica, e a venda está por isso garantida.
Agora o que nós mulheres na área da engenharia não entendemos, é o porquê das revistas direccionadas ao público feminino, não terem o mesmo tipo de preocupação.
Cadê os rapazinhos praticamente desnudados no enfiamento de uma ou outra notícia sobre o combate à celulite?
Ou quem é que não achava piada ao catálogo do Ikea, povoado com gajos jeitosos e musculados, a promover a poltrona Poäng?
Ou ainda, imaginem no Pantagruel a receita do Filé mignon, acompanhada pela imagem do Gianecchini em sunga, hãaa?!
Muito bom, e muito gráfico... Pois, mas não há.
Infelizmente ainda não chegámos lá, e isso é triste.
No entanto o lado positivo da coisa, é que nós portugueses podemos ter aqui uma oportunidade efectiva para inovar, e podemos até ser os pioneiros neste negócio das revistas da especialidade, mostrando ao mundo como é que afinal se trata esta questão dos direitos iguais à séria.
Esta coisa da igualdade de direitos tem de ser mais verdadeira, real, não pode ser apenas da boca para fora, podemos ser os primeiros a introduzir tratamentos visuais ao género das revistas hi-tech, nas revistas de culinária, psicologia, decoração, saúde, educação, etc.
Quem é que não achava piada ter a revista Saúde, lida garantidamente só por mulheres, com um ou outro jeitoso, mais ou menos descascado, a mostrar o bisturi mais recente?
A sério minhas amigas, há que passar a palavra e fomentar esta ideia, vamos ajudar a mudar mentalidades, tudo em nome da economia, inovação, e sobretudo, pela igualdade de direitos.
;)
2 comentários:
Não vou comentar porque reparei que este post é dirigido, e passo a citar, às "minhas amigas". Obrigado e bom dia.
Isso mm!!! Igualdade, mas não tirem de lá as beldades;)
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